Minha História - Parte 4 - O Dom, O Chamado

Acredito que esse será o post maior da história, mas te afirmo que vale a pena.







"O dom que me deu eu dedico a Ti em forma de canção." Hadassa Simões

Aqueles que convivem comigo, sabem que eu tenho paixão por cantar, aqueles que convivem a muito tempo sabem que isso vem desde de criança. Marca deixada pela minha mãe no meu nascimento.

Com 10 anos eu fiz meu primeiro solo, na igreja que freqüentei até meus 21 anos, Igreja Batista Nacional da Paulicéia. Eu havia ensaiado muito, orado muito, o pessoal da banda ia tocar, tava tudo certo, quando minutos antes eu tive meu primeiro “surto pré-louvor”, fui ao banheiro, e de lá não queria sair de maneira alguma, até que minha mãe foi a minha procura. Eu disse a ela que estava com medo, que achava que não ia conseguir, cantar pra mim não era o problema, mas quando se percebe o peso das responsabilidade de não só apenas cantar, mas adorar a Deus, e que pessoas estarão ali para ouvi-la esperando algo de você, ás vezes até uma resposta de Deus, não tem como não temer, e pra uma garotinha de 10 anos essa responsabilidade é realmente apavorante.

Como até hoje ela faz, minha mãe conversou comigo, orou comigo, e eu ainda temerosa fui. Minhas pernas tremiam, minhas mãos mal conseguiam segurar o microfone, o instrumental começou, fez a entrada e era minha vez. Uma voz baixa, fininha e tremula se ouviu a cantar.


Eu queria fazer uma canção

Que pudesse tocar seu coração

Me doar à Ti, num canto de louvor


Com doçura, Teu olhar me alcançou

Me prendeste em Ti

Tua graça me selou

Sobre mim está Tua bandeira de amor

Hoje abro minha casa

Vem fazer Tua morada

Alcançar os céus, num vôo de fé

Num gesto de louvor

Te agradecer por Teu imenso amor

(Eu queria fazer uma canção – Katsbarnea)


A música acabou, a igreja aplaudiu, tomara que tenha sido pra Deus, porque com toda certeza foi Ele, porque por mim ainda estaria no banheiro da igreja.

Fui pro meu lugar, a música tinha acabado, mas minhas pernas ainda tremeram por muitos minutos.

No final do culto todos queriam cumprimentar a pequena garotinha cantora, que não sabia o que responder aos elogios, apenas dar um sorriso.


Depois disso cantei outras vezes, os adultos me convidavam a soar minha voz com a deles, e eu me sentia feliz por isso. Tinha uma que se chamava Regiane, lembro que eu admirava ela e sua bela voz; nós sempre cantávamos juntas “Não existe nada melhor do que ser amigos de Deus” era a que eu mais gostava.

Depois de um tempo comecei a fazer teclado e algumas vezes tocava e cantava; até que um dia recebi um convite para cantar e tocar no casamento da filha do pastor. Era um convite em tanto. Mas acho que a noiva se arrependeu. Com 11 anos eu destruí um casamento. A sensação de tremor e temor que eu tinha toda vez em que ia cantar, eu tive naquele dia ao cubo. Comecei a tocar a música, a cantar e cinco segundos depois comecei a chorar. Todas as câmeras que estavam voltadas para a noiva e seu grande dia, se voltaram para a pequena criança chorando e tocando teclado; até que uma convidada se levanta, pega o microfone e continua a música enquanto eu tocava, a mesma convidada que dias antes foi contrária a minha participação especial no casamento que nem dela era. Naquela hora eu queria continuar a cantar e fui tentando engolir as lágrimas por cima das notas, afinal eu não poderia deixar que a tese da convidada que crianças não podem cantar em casamento fosse tida como certa, eu deveria honrar a todas as crianças que foram um dia discriminadas por serem crianças; e foi o que tentei fazer naquele momento. Quando percebi estava cantando novamente, seguindo afinada as notas do teclado.

Até hoje não sei o que a noiva achou desse momento de seu casamento, mas sei que os seus convidados gostaram.

Quando maiorzinha cantei em outros casamentos, mas não se preocupem que os que vieram depois eu não estraguei.

Apesar de ter passado anos, eu ainda tenho o mesmo “surto pré-louvor”. Uma vez conversei com um pastor sobre o tal surto, porque eu não tenho isso quando se trata de músicas seculares só quando o assunto é louvor e adoração, algo para subir até o Trono de Deus, e impactar pessoas com a palavra. Ele me disse que esse temor era um bom sinal, e que se um dia eu o perdesse, era para sondar se não estava fazendo “de forma errada.” Depois dessa conversa não passei a considerar isso como um surto, mas como algo pra saber se meu coração está voltado para glorificar a Deus ou para alimentar o meu ego.

Por muitas vezes servos do Senhor que não me conheciam se aproximavam de mim com uma palavra de Deus dizendo que Ele havia me chamado, me escolhido. Eu sabia disso no meu coração, mas não sabia bem o que fazer; e Deus me respondia APENAS LOUVE, e era o que eu fazia.

Assim como minha mãe se acalmava no hospital com canções a Deus, também é comigo. Quando me vejo em uma situação de perigo, é automático, eu começo a cantar; entoar louvores a Ele me traz paz, me tranqüiliza. Das palavras que quero dizer a Ele em oração, faço uma canção. Acontece o mesmo quando estou feliz. Resumindo, cantar é algo bem presente no meu dia a dia.

E talvez você me pergunte, você canta música secular??

E eu te respondo, canto músicas que não dizem o contrário daquilo que creio, que não tentam, e nunca vão conseguir, rebaixar o nome de Jesus e seu poder, pois Ele é acima de tudo e todos; mas eu diria que eu canto músicas seculares, mas a Deus eu LOUVO DE CORAÇÃO, e entre cantar e louvar eu escolho LOUVAR, pois é pelo qual meu coração arde desde criança. Arde em ver vidas sendo transformadas através do louvor, corações quebrantados, pessoas serem curadas, sorrisos brotarem de um rosto que já não sabia mais o que era sorrir, arde por trazer a esperança, graça e amor que há somente em Deus, e eu te afirmo com toda a certeza que esse mover lindo e maravilhoso não acontece ao soar de músicas seculares, mas ao soar do louvor de um coração puro e limpo disposto a servir ao Rei dos reis, Jesus.

Uma pessoa uma vez me disse que quando ouvia essa música lembrava de mim.


... Eu tenho um chamado e jamais vou me calar

Eu tenho um chamado o evangelho anunciar

Eu fui escolhida no ventre da minha mãe

Eu sei que Deus não abre mão de mim

Eu tenho um chamado ...


É isso ai.



Há 23 anos eu sei que Deus me deu dons, e cantar é um deles, há 23 anos eu sei que Deus me

chamou e há 23 anos eu sei que Ele me escolheu para anunciar a sua graça e seu amor com o louvor dos meus lábios. Seja no Brasil, seja em outro país, em português ou em outra língua, no templo ou nas ruas... não importa o lugar, ELE ME ESCOLHEU.

Mas o “eis-me aqui” não é só sombra e água fresca, é você colocar a armadura e entrar pra guerra.

Por uns tempos tive um problema na voz, graças a Deus um tempo curto, minha voz sumia por varias vezes quando eu começava a cantar, eu abria a boca e simplesmente ela não saia. Não fui atrás de médicos, quer dizer eu fui, atrás do Médico dos médicos, somente orei, afinal Ele que me deu a voz entenderia melhor do que qualquer outra pessoa, e para a Glória de Deus, minha voz nunca mais voltou a sumir. Fora isso muitas outras coisas aconteceram e acontecem, decepções com pessoas que você tinha um grande carinho, os problemas do dia a dia.. família, trabalho, estudos, contas, e o desanimo bate a porta, a vontade de jogar tudo pro alto e falar to caindo fora; mas em todo esse tempo, mesmo com as lutas que deixam algumas feridas, tenho a aprendido a não me importar com a dor, confiar somente em Deus e não em homens, olhar para os frutos, para as pessoas que estão perdidas e mostrar a elas o caminho da verdade e da vida. Tudo isso é um aprendizado diário com o Senhor, pois minha natureza pecaminosa me faz esquecer e eu tenho que repassar algumas lições, e Ele as repassa comigo com muito amor.. Ele é um PAIZÃO. Com Ele eu quero aprender em todo tempo, e quando chegar no dia do juízo final, dizer “Deus não foi fácil, mas valeu a pena, está aqui os frutos do Teu penoso trabalho."



“Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.

Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.

Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.

Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.

Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos;

E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal.

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.

E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos.

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco.

Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus.

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.

Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória...” II Corintios 4: 1-16